O Ministério da Saúde pretende distribuir 20 milhões de camisinhas durante o Carnaval deste ano, numa campanha que procura alertar a todos, indistintamente, sobre os riscos de contaminação pela Aids/Sida, que aumentam a cada dia.
O alerta foi dado pela coordenadora da Unidade de Prevenção do Programa Nacional de Aids, Rosimeire Munhoz. Ela lembra que, quando a Aids/Sida apareceu, atacava, predominantemente, alguns grupos de risco.
Hoje, porém, o perfil epidemiológico é diferente, e afecta todos. Por isso, o tema escolhido para a campanha foi: «Ninguém está livre da Aids/Sida. Nem você».
É um apelo forte, mas necessário, de acordo com Rosimeire, porque a informação, por si só, não provoca mudança de comportamento: «Só quando a pessoa se sente vulnerável, tem a percepção de risco, é que ela se previne». Por isso, o Ministério bate, com ênfase, na tecla de que o uso de preservativo é importante mesmo para quem tem parceiro fixo.
Rosimeire Munhoz acredita que essa discussão «tem que ser encarada de forma aberta» para uma maior conscientização da população, e as campanhas públicas precisam ser melhor trabalhadas junto às comunidades de menor poder aquisitivo e de baixa escolaridade, nas quais é mais difícil a mudança de comportamento, por desinformação.
Em vista disso, o Ministério da Saúde tem patrocinado campanhas constantes, incentivando o uso de preservativos; e não apenas no Carnaval. E a resposta aos poucos começa a aparecer, segundo Rosimeire. É o caso, por exemplo, da pesquisa realizada pela Unicamp, no ano passado, registando que 44% dos jovens entre 18 e 25 anos usam camisinhas. Segundo Rosimeire Munhoz, esse resultado surpreendeu.