Milhares de vinicultores portugueses protestaram à porta do Parlamento, em Lisboa, esta sexta-feira, contra a aprovação de uma legislação de trânsito que reduz os limites permitidos de álcool no sangue dos condutores do país.
Apesar do protesto, os deputados ratificaram a edição 2001 do Código da Estrada nas estradas que reduziu o nível de álcool permitido sangue de 0,5 gramas por litro para 0,2 gramas por litro, numa tentativa de reduzir as mais altas taxas de acidentes fatais de trânsito da Europa.
Os produtores dizem que as vendas de vinhos caíram entre 30 e 40% nos últimos seis meses e temem que a nova lei, em vigor desde 1 de Outubro, os atinja ainda mais. «Esta nova lei é um absurdo. Os acidentes são causados pelas más condições das estradas», disse um vinicultor.
A Confederação da Agricultura Portuguesa (CAP), o lobby ruralista mais poderoso do país, disse que as novas leis são as mais rigorosas da Europa e que o Governo não forneceu nenhuma prova de que a redução no nível legal de álcool no sangue vá diminuir o número de acidentes do país.
Em Portugal, a indústria do vinho emprega cerca de 380 mil famílias e gera cerca de 500 milhões de dólares em exportações por ano.