Todas as mudanças sociais feitas por empresas e organismos públicos são o resultado na maior parte das vezes de estratégias e planos que querem alcançar objetivos que se podam medir.
Kennedy disse a começos dos anos 60 que um astronauta estaria na lua antes de finalizar a década. Pus, por tanto a vários miles de pessoas perante um objetivo: “antes dos anos 70 haverá um astronauta americano na lua”. A NASA realizou estratégias anuais para conseguir esse objetivo. Sabiam a onde queriam ir e o que queriam conseguir.
Quais são os nossos objetivos para o idioma? Qual a nossa estratégia?
Se por exemplo o nosso objetivo for:
“Fazer que o 90% dos meninhos galegos menores de 18 anos tenham competência em galego no ensino público”
A nossa estratégia poderia ser facilitar um modelo parecido ao atual no que o 50% das matérias estejam em galego e o outro em espanhol. Isto facilita que se aprenda galego, mas não que se mude de língua nem até que se mantenha o idioma polos que já o falam.
Se o nosso objetivo for:
“Fazer que o 50% dos meninhos menores de 18 anos galego-falantes podam estudar o 100% em galego”
A nossa estratégia poderia ser tentar importar o modelo de imersão linguística de Catalunha, para isso seria preciso uma majoria parlamentar suficiente, cousa que por enquanto não parece que suceda.
Ou outra estratégia poderia ser fazer modelos linguísticos no que os meninhos galego-falantes tivessem todas as matérias em galego desde infantil até a Universidade com excepção da matéria de espanhol e inglês. O português deveria pertencer ao curriculum para complementar. Os espanhol-falantes teriam a capitação em galego como com o modelo do 50%.
Se o nosso objetivo for:
“Fazer que o 5% dos meninhos menores de 18 anos espanhol-falantes mudem um dia de língua”
A nossa estratégia poderia ser continuar com a normalização, diglosia, o auto-ódio, o galego é uma língua minoritária e minoriçada como o friulano, o modelo ideal é Catalunha, a lusofonia seria desejável mas não para agora.
Mas parece que o objetivo implícito é outro no ensino na Galiza:
“Fazer que o 90% dos meninhos menores de 18 anos espanhol-falantes e galego-falantes estudem num sistema que facilite que os espanhol-falantes tenham capacitação em galego, e que os galegos-falantes acabem mudando para o espanhol pola esmagadora maioria de alunos espanhol-falantes que existem sobretudo nas sete grandes cidades galegas”.
Temos planos de normalização mas continuamos nem a não saber aonde queremos ir nem a saber se vamos bem.
Só sabemos que as estatísticas vão muito mal e que ao nosso redor os meninhos cada vez falam mais em espanhol, que o galego desaparece a um ritmo importante.
Mas entre todos, com generosidade podemos gerar propostas ilusionantes para o ensino, para que os galego-falantes podam educar-se ao 100% no seu idioma sem renunciar a saber espanhol, português e inglês.
José Ramom Pichel Campos, nacido no 72 na cidade de Compostela ao terceiro dia exilou-se na Travesa de Vigo (Vigo). Gosta desde meniño dos computadores e das linguas. Enxeñeiro informático pola UDC, cofundador da plataforma polo galego na informática no ano 1994. É actualmente o director da área de enxeñaría lingüística da empresa imaxin|software, da que foi un dos seus fundadores no ano 1997. »